sábado, 31 de janeiro de 2009

Encontros...


Uf, o prazer dos encontros,dos bons encontros! Inventa-se o pretexto, mas no íntimo o que lá está é a alegria da partilha...partilha do riso ,da palavra,do pão e do vinho. Atiram-se as ideias e estas rodopiam, sobem, descem, entram no esfusiante entrelaçar das palavras almiscaradas pelo néctar dos docer e licores. E depois penetram suavemente nos corações e estes aqueçem e transbordam de ternuras que nos enlaçam e nos fazem sentir felizes...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ler o mundo...


Um congresso cheiinho,transbordante de leitores! Uns ávidos por aprenderem como atrair mais gente para o prazer da leitura, outros transmintindo s aua experiência de difusores da mesma. Todos afirmando a sua plenitude de pessoa conhecedora do mundo através da leitura persistente ,atenta, crítica. E eu ...pensei- quantos e quantos homens que apegados às letras ,aos livros ,às bibliotecas se divorciaram do mundo e dos homens! Quantos os que agarrados às letras se esqueceram e passaram a desconhecer aqueles que os rodeiam e que foram a razão primeira para as suas aturadas leituras e investigações literárias...quantos aqueles que ligados à leitura íntima, plena, da mãe terra,do mar ,do céu, de nós seres vivos, são os maiores sabedores do nosso mundo!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Um bom livro!


Comecei a lê-lo pausadamente,mas depois entusiasmei-me e li-o de uma assentada! E senti e reflecti! Ora aqui está um bom livro, acho eu! Sente se que as duas personagens centrais estão muito bem modeladas, são verídicas, apaixonadas e apaixonantes. À volta destas outros vultos se aproximam e afastam .Todos percorrem os seus caminhos bem delineados ,consistentes, umas vezes convergentes outras não . Uma história muito bem construída e bem escrita.
Leiam-no! Vão gostar.
Ah! O livro foi-me emprestado.Obrigada.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ai,América,América!

Dois acontecimentos inolvidáveis,extraordinários,não comparavéis ou serão? Inacreditáveis,embora reais!!!!


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Um passeio à Senhora do Socorro e às Linhas de Torres Vedras

Álbuns da web do Picasa - Elvira - 2009-01 (Jan)-19

Num dia de chuva e denso nevoeiro trepámos até ao Santuário da Senhora do Socorro ou das Neves. Foi um esforço físico compensado pelo entusiasmo do grupo e por uma bela sopa de pedra que nos revigorou a todos e nos deu alma para encetarmos o regresso pelos fortins arruinados da época napoleónica até regressarmos ao ponto de partida,a Pêro Negro.
Um convite - disponham-se a ir conhecer estes locais e ficarão extasiados bela magnífica vista ...se não estiver nevoeiro! De carrinho chega-se rápido e sem esforço. é só ir!

É tão bom aprender!

Voltei durante um dia a ser estudante na Faculdade de Letras! E aprendi tanto!





sábado, 17 de janeiro de 2009

Para a Amiga "brasileira"


Poema erótico de Drummond de Andrade

'Satânico é o meu pensamento a teu respeito
e ardente é o meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável peloque me fizeste ontem.
A noite era quente e calma e eu estava em minha cama, quando,sorrateiramente,
te aproximaste.
Encostaste o teu corpo sem roupa nomeu corpo nu, sem o mínimo pudor!
Percebendo minha aparente indiferença, aconchegaste-te a mim
e mordeste-me sem escrúpulos.
Até nos mais íntimos lugares.
Eu adormeci.
Hoje, quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão.
Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite.
Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama te esperar.
Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força.
Quero te apertar com todas asforças de minhas mãos.
Só descansarei quando vir sair o sangue quente do teucorpo.
Só assim, livrar-me-ei de ti,
mosquito filho da puta!

'Drummond de Andrade

Não queiras morrer já!


Palavras de Pablo Neruda

"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo. Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar. Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece. Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru. Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos. Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos. Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante. Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade."

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Dias e noites,novas?

Que há de novo hoje?
Novo, só tu pequenino ser que há pouco abriste os olhos para este Mundo...
Verás então como tudo é tão velho!
Velho é o amor com que os teus pais te olham,
Velho é o medo que sentem por ti,
Velha é a alegria com que te abraçam.
Mas sempre nova é a esperança que te ilumina ó Homem do futuro!

Olá pai...vamos ao circo!


Dia 1 de Janeiro.Amanhece e já paira no ar uma excitação de aventura.Vamos, na nossa ida tradicional,ao circo,ao Coliseu! Toda vaidosa com os meus novos sapatinhos pretos de verniz,vestido grená com os pompons farfalhudos,casaco quentinho bem grande para servir para o ano que vem,lá vou de mão bem agarradinha à mãe, numa algazarra com os meus irmãos e com o pai a comandar a descida acelerada para a estação. Há sempre imponderáveis quando se vai apanhar o comboio...poderá chegar adiantado,atrasado, faltar naquele dia...e depois é preciso comprar os bilhetes ( o que leva já a apreensões sobre quem terá direito ao bilhete da mãe ,necessário para o jogo..) Até chegar o comboio há afinal uma grande espera o que leva a ralhetes, zangas,chamamentos.Enfim o início da costumeira viagem do princípio de ano! Lá está ele o comboio! Entrar em ordem é a rigorosa premissa. Depois começa o primeiro drama. quem vai à janela? Eu,que sou a mais pequena!.Não, ela que é a mais velha!Não, a mãe comigo ao colo...não, os dois, os gémeos num só lugar,pois não têm bilhete ( oh tristeza, já não tenho bilhete para o jogo!). Já estamos arrumadinhos e lá vamos vendo quem entra,quem nos admira ,aos quatro manos todos aperaltados! Mas o lado do mar é o melhor, sobretudo depois de Paço de Arcos. Aí o ar encosta-se ao comboio e por vezes uma onda feita em salpicos tenta entrar na carruagem. Mas não é o mar , é o Tejo, nada de enganos ! É a aproximação a Lisboa. E cá está ela a cidade, grande ,barulhenta e com um cheirinho a caramelo, estranho e doce. Vamos então iniciar a perigosa travessia rumo ao circo! Bem presos pela mãos uns aos outros. Atentos os pais aos perigos, e eu aos eléctricos que rápidos e sacoleantes, tilintam à nossa passagem, à barafunda dos carros, ao engraçado polícia sinaleiro! O pai sabe bem andar em Lisboa, não é preciso mais apreensões. Seguimos quase colados a ele e passados mais uns ralhetes, que nos proibem de ver as montras, as bonecas,os brinquedos, chegamos à rua do Coliseu. Que confusão! Tanta gente, empurrões,pregões. Minha mão cola-se à da mãe e só se desgruda à chegada ao camarote. Segundo drama...quem fica à frente,quem espreita melhor cá para baixo? Que sorte sermos os mais pequenos! Somos nós, os gémeos, que ficamos encostados à balustrada.Chegámos cedo com certeza, o tempo passa ,quase adormecemos. Até que por fim..." Meninos e meninas a grande festa vai começar"! E baloiçam no ar as trapezistas,e saltam os equilibristas e entram os elefantes, os póneis e os cãezinhos! E o pobre palhaço cai,levanta-se, toca, e sempre incompreendido continua a esforçar-se para agradar ao rico e insolente companheiro...e os meus olhos já se fecham e o pai acorda.me..." Vá ,vê, dormes depois" E passado um tempo de sonhos, voltamos para o dia seguinte...para a escola, para a caixa de lápis nova, para a minha linda boneca.