segunda-feira, 16 de março de 2009

Sugestões....


Na galeria Bernardo Marques, há mesmo arte e criatividade!!!


Diz -nos o artista,Tiago Taron
ALBA ATROZ
"Há cerca de um ano comecei a pintar uma caravela. muito povoada com diferentes seres e uma quantidade enorme de objectos e casas que pareciam uma pequena cidade dentro dela. O desenho levou-me às caravelas de que ainda hoje não se sabe bem como realmente seriam. Sabemos porém que foram e fizeram prodígios e um dos maiores seria o da sua própria imagem quando vista por quem nunca as teria suposto possíveis.
Imagino os nativos de terras de Vera Cruz. Imagino-os olhando para o horizonte a ver aparecer primeiro um ponto branco no meio do mar e depois aquele vulto de madeiras escuras. Velas brancas e uma cruz encarnada no meio de tudo aquilo.Imagino a força dessa primeira imagem e compreendo que tenham tomado as caravelas por animais fabulosos por pássaros enormes .

Imagino também que nos tenham tomado por seres igualmente enormes aparentados com esses póssaros colossais que chegavam a flutuar vindos do infinito. vindos do meio do nada para os visitar.Esta imagem imaginada - da primeira vez que um índio viu uma caravela chegar à costa - entretinha-me e ficava a pensar no espanto e na resposta que teria sido dada a esse espanto.
Dei então comigo a pensar que esse espanto teria sido muito maior então do que me causaria hoje a aterragem de um objecto voador não identificado ao monte onde pinto."


E eu também me pus a viajar nas caravelas do Tiago e embora não consiga pintar a minha viagem ela foi de uma imensa imaginação que me levou a outros locais fabulosos...
Vá à Galeria Bernardo Marques na Rua D.Pedro V ,em Lisboa e ficará fascinado pelo local ,pelos trabalhos apresentados e ...até poderá encontrar o Tiago que ali está a fazer a sua obra.






quarta-feira, 11 de março de 2009

Qual Barbie,qual,quê!


A minha boneca de celulóide, ela sim, era mesmo uma boneca…Não tenho retratos mas a imagem dela está tão presente na minha lembrança que se fosse boa desenhadora, reconstitui-la-ia de forma perfeita. Boneca – bebé, gorduchinha, corpo de cheiinho de serradura (?) envolto num pano rosa tal qual uma pele sedosa. Os bracinhos e pernas eram gordinhos um tanto encolhidos com refegos próprios de criatura bem alimentada e cuidada. E a carinha rechonchuda, de boquinha rosada, narizinho delicado, olhinhos pestanudos que fechavam e tudo! A cor da pele era rosadinha como convinha. O único tom que destoava ao rosa era o traçado das pequeninas sobrancelhas e a pintura levemente castanha que prenunciava uma futura cabeleira. A minha boneca era brasileira, pelo menos eu sempre assim a imaginei. Tinha atravessado o Atlântico no Vera Cruz quando este paquete ainda fazia pacíficas viagens entre o Velho e Novo continente. Pois a minha Lília ainda hoje existe. Tem mais de 50 anos! Existe na minha memória…Teve um fim muito triste a minha boneca! Foi o primeiro grande desgosto da minha vida! Ora oiçam!


Um dia, nas férias grandes com certeza, teria 13,14 anos, corri de tranças ao vento até à horta do avô. Ele devia lá estar, atarefado na rega do feijão verde. O grande tanque deveria estar a ser despejado e eu poderia trepar o muro, dar um mergulho, refrescar-me na água fria enquanto ia tirando as folhinhas verdes e castanhas que iam tapando o ralo por onde a água escoava. Cheguei à horta ,a porta estava aberta, mas o avô não estava na rega .Talvez estivesse no caramanchão deitado na cadeira de lona com o jornal no colo a descansar ao mesmo tempo que observava o moinho a puxar a água para encher o tanque… Corri ao caramanchão mas o avô também ali não estava. Olhei, espreitei, não vi o avô mas…sobre o tampo da grande mó que servia de mesa, à sombra da grande nespereira onde tantas vezes baloicei , junto àquela verde avenca que no meio da mó lhe acentuava a frescura, estava a minha querida boneca …quase desfeita! Os braços, as pernas, a carinha, haviam amolecido após dias aos relento…os olhinhos abertos pareciam pedir ajuda…e o meu coração teve o primeiro baque de uma perda irremediável. Agarrei nela contra o peito …e corri, corri , até casa …e chorei ,chorei até hoje!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Périplo pela raia nordestina. Novo dia!











Antes de se dar o salto para o país, ( ia dizer irmão, mas não, tem de ser) país vizinho, um saltarico até Boticas. Haviam-nos alertado para a sede deste pequeno concelho. E ficámos encantados com o parque que marginaliza o rio que atravessa a vila, e com a casa do Turismo, velhinho edifício restaurado que se enquadra lindamente neste arranjo . Daqui rumámos a Verin que faz frente a Chaves ,não só geograficamente como do ponto de vista económico. Uma cidade pequena mas com um balanço que nada tem que ver com a vizinha portuguesa. Como cidade galega tinha de ter o seu pulpo. Saboreámo-lo numa típica taverna exclusivamente dedicada a este petisco. Pelas ruas iam passando vários mascarados de todas as idades, que se aprestavam a juntar-se ao grande desfile que se ia realizar pela tarde. ( Em Chaves não se via um único mascarado!) Entre estes deparámos com uns mascarados trajados de modo semelhante aos nossos Caretos. Dali a Alhariz foi um instante. Vila Património da Unesco. No alto de uma pequena colina um restos de um castelo e à volta deste até ao sopé do monte um conjunto de pequenas igrejas românicas, um emaranhado de ruas de traçado medieval que vêm desembocar junto do rio. Sobre este duas,três pontes, mas uma delas a ponte romana destaca-se pela sua beleza. Venha a Alhariz que vai gostar!

quinta-feira, 5 de março de 2009

P.C.P. brasonado!


Que tal ? "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades "... Em Lisboa o "Vitória" de Cassiano Branco, e em Chaves uma pequena casa senhorial, quiçá outrora do Senhor Morgado da Pena... Bom seria se destas casas agora emanasse para todos os portugueses a justiça e a equidade que por certo não esteve muito presente nessas antigas casas..

quarta-feira, 4 de março de 2009

2º Dia do Périplo- Domingo de Carnaval em Podence







Carnaval dos Caretos, em Podence. Com facilidade se chega à aldeia. Uma fila enorme de carros estacionados ao longo da rua mostra que esta terra já está no caminho do destaque! Ouvem se os sons prenunciadores da festança . Ah felicidade, aqui não há sambadas e quejandos, mas sim o som dos chocalhos que vão atraindo os curiosos mais do que os folgazões . E lá surgem os espalhafatosos caretos a cabriolar pela rua fora. O som da música festivaleira , o cheiro das chouriças, morcelas, alheiras e outras simples iguarias que se vendem em bancas instaladas ao longo da rua, encaminham até ao cimo da rua, onde um grande grupo de tamborileiros, fantoches e caretos ,fazem elevar ao máximo o ânimo dos transeuntes. Grande entusiamo e reboliço na Casa do Careto pequena neste dia ,para acolher tantos visitantes. Uma volta à terra dá para ter uma ideia de uma terra que guarda a lembrança da existência de um castelo, de um pelourinho e de outras grandezas e que agora se quer rever na sua igreja do sec. XVIII a restaurar a sua bela talha dourada e retábulos. Cá fora toca a banda, enquanto os caretos dando as suas cusadas às raparigas salteiam pela rua atirando pela borda fora toda a invernia e clamando por uma primavera que irá remoçar a terra e as gentes.

terça-feira, 3 de março de 2009

Homenagem à Dulce Matos

A Dulce...tem graça nunca gostei de a referir como a drª Dulce,porque senti quase de imediato ao tê-la conhecido, hà 3 anos, uma empatia,uma aproximação pouco explicável...na altura! Em pouco tempo tornou-se uma amizade implícita mas cerimoniosa. Admirava-a bastante ainda que fosse um tanto crítica em alguns aspectos das suas aulas e até da sua maneira de ser, mas tinha-lhe uma profunda amizade.

Hoje não há lição.
Resta-nos a recordação...
Bem no fundo do coração!

A Dulce

14 h. Um sorriso.
Os outros, eu, a permuta...
A luta pela cultura,
um derramar de doçura,
uma chama que continua...


Dádiva


Ouçamo-la...
Saltitantes disseminam-se as palavras...
Juntam-se, afastam-se, reunem-se.
Formam um colar que nos enlaça
no poema da vida que se dá...

segunda-feira, 2 de março de 2009

Um périplo ziguezagueante pela raia nordestina










Partir. Lá longe tudo me espera. Chegarei e verei o que nunca ninguém viu como eu! Penetrarei no mundo que ali está como que imutável. E ele será só meu!
Chaves! A cidade foi e está ainda realmente fechada ao progresso. Quem a mantém encerrada num rotineirismo melancólico e atrasado? Onde estão as chaves que poderão abrir esta terra ao desenvolvimento? A recuperação de algumas velhas casas ainda é insuficiente para dar um novo ar ao velho centro histórico. A par de uma casa restaurada, muitas dezenas de outras jazem abandonadas. Um comércio antiquado afasta das lojas os compradores. O velho forte de S.Francisco transformado em interessante hotel defronta-se com o novo e cinzentão casino que dificilmente arrancará os projectados milhões de euros aos vizinhos espanhóis. E os flavienses arrastam-se ao longo dos dias ansiando pelos meses de Verão que lhes trarão os esperançosos doentes nas mágicas águas termais. Um toque de beleza chegou no entanto à cidade .O novo espaço ajardinado ao longo do rio Tâmega, propenso ao descanso e ao desporto, veio dar - lhe certa grandeza e enaltecer ao mesmo tempo a majestosa e velhinha ponte romana. Chaves reserva no entanto um bom segredo - a sua rica gastronomia! Em bons e vários restaurantes encontra-se uma suculenta variedade de pratos cozinhados com cuidado e fazendo apelo aos bons produtos da região. Portanto vale a pena ir a Chaves. Se o ambiente o desmoralizar, dê-lhe novo ânimo com um bom pernil degustado no “Leonel” e regado por um bom vinho de Valpaços, sentir-se-á com novas energias e verá o que o rodeia com olhos mais benévolos e até agradecidos!